Gandhi e o Sal

04-12-2010 16:32

Movimento que leva ao fim da dominação do Reino Unido sobre a Índia, em 1947. Desde o século XVI, portugueses, ingleses, holandeses e franceses exploram o país. Em 1690, os ingleses fundam Calcutá, mas só depois de uma guerra contra a França (1756-1763) o domínio do Reino Unido consolida-se na região. Oficialmente, a dominação britânica começa em 1857, após um motim de soldados, seguido por uma rebelião da população civil em diversas partes da Índia.

No século XIX, os britânicos esmagam várias rebeliões anticolonialistas. Paradoxalmente, a cultura britânica torna-se um fator de união entre os indianos. Com o inglês, os indianos adquirem uma língua comum. A organização política que governaria a Índia independente, o Partido do Congresso (I), é criada em 1885 por uma elite nativa de educação ocidental e funciona como um fórum para a atividade política de caráter nacionalista em toda a Índia.

A implantação do estilo ocidental de educação superior começa em 1817 em Calcutá, com a criação do Colégio Hindu. As classes médias atingidas pela educação ocidental são atraídas pela ideologia do nacionalismo e da democracia liberal. Inicialmente entusiastas em relação ao domínio britânico, tais classes tornam-se cada vez mais críticas.

O governo estipula limitações às associações representativas dos indianos nas legislaturas dos Atos do Conselho de 1909. Promete efetuar o que chama de "realização progressiva de um governo responsável" em 1917 e transfere algumas responsabilidades aos ministros eleitos nas províncias pelo Ato de Governo da Índia, de 1919.

Nos anos 20 cresce a luta nacionalista sob a liderança do advogado Mohandas Gandhi, do Partido do Congresso. Pregando a resistência pacífica, Gandhi desencadeia um amplo movimento de desobediência civil que inclui o boicote aos produtos britânicos e a recusa ao pagamento de impostos. Juntamente com o líder político Nehru, Gandhi consegue abalar a estrutura da dominação britânica através de campanhas sucessivas contra o pagamento de impostos e contra o consumo de produtos manufaturados ingleses, entre outros.

Protestos organizados por Gandhi contra a lei da repressão levam ao massacre de Amritsar. A campanha de não-cooperação deslanchada por Gandhi almeja conquistar o autogoverno (swaraj) e obtém o apoio do movimento Khilafat (muçulmano, contra o tratamento severo dispensado aos califas e ao império otomano após a I Guerra Mundial). Em 1930, Gandhi lidera seguidores numa marcha de 300 quilômetros até o mar, onde tomam em mãos o sal, desafiando as leis britânicas que proíbem a posse do produto não adquirido do monopólio governamental. O Movimento de Desobediência Civil (1930-34), que exige a independência, e o Movimento Saiam da Índia, que se segue ao encarceramento de Gandhi e de outros líderes em 1942, consolidam o apoio popular ao Congresso.

Após a II Guerra Mundial, os britânicos abrem negociações para a transferência do poder. O objetivo é preparar a independência com a criação de uma Assembléia Constituinte e a formação de um governo de transição indiano, que preserve a unidade do território e assegure os inúmeros interesses econômicos do Reino Unido na região.

O vasto subcontinente, no entanto, habitado por muçulmanos e hindus, passa por lutas internas que levam ao rompimento de sua unidade. Desde 1880, os muçulmanos politizados esperam proteger seus interesses contra a possível usurpação do poder pela maioria hindu. A Liga Muçulmana, de Mohamed Ali Jinnah, fundada em 1905, coopera com o Partido do Congresso em 1916, mas depois de 1937 enfatiza as aspirações distintas dos muçulmanos e em 1940 exige uma pátria muçulmana separada, o Paquistão. Os muçulmanos representam 24% da população e entram em choques constantes com os hindus. A rivalidade é incentivada pelos colonizadores britânicos, como forma de dividir a população e enfraquecer os movimentos de desobediência civil. A exigência da criação do Paquistão como Estado autônomo, compreendendo as áreas de maioria muçulmana no noroeste e leste da Índia, é satisfeita em 1947. Em 15 de agosto deste ano, a Índia, declarada independente, é dividida em dois Estados soberanos: a União Indiana e o Paquistão A partilha, baseada em critérios religiosos, provoca o deslocamento de mais de 12 milhões de pessoas. Choques entre hindus e muçulmanos deixam 200 mil mortos. O Paquistão, de população muçulmana, é formado por dois territórios separados por cerca de 2 mil quilômetros de distância: o Paquistão Oriental e o Paquistão Ocidental. Em 1971, o Paquistão Oriental torna-se um novo Estado independente, com o nome de Bangladesh.

Fonte: www.geocities.com.br

 

Independência da Índia

 

Não-violência e desobediência civil livraram o país do domínio britânico

Entre as conseqüências da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), pode-se apontar a descolonização e o surgimento de várias novas nações na África e na Ásia.

Trata-se de países que se libertaram do jugo das velhas potências colonialistas, como a Argélia e o Congo, continente africano, e o Laos, a Tailândia, o Camboja e a Indonésia, no asiático.

Gandhi em Londres, onde debateu a independência no Parlamento
Gandhi em Londres, onde debateu a independência no Parlamento

Contudo, um dos momentos mais importantes desse processo foi a independência da Índia.

País de dimensões continentais, com cerca de 3,3 milhões Km2, o país - dividido em vários principados - era dominado pela Inglaterra desde o século 18 e constituía uma das mais importantes colônias britânicas sob o aspecto econômico. Em 1885, surgiu o primeiro movimento nacionalista na região, encabeçado por intelectuais indianos.

Entretanto, até o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) o movimento nada conseguiu. A partir daí, passou a enfrentar uma Inglaterra enfraquecida economicamente e com dificuldades para manter seu extenso império, construído ao longo dos séculos 18 e 19. Por outro lado, a Índia estava marcada há cinco séculos pela divisão religiosa entre hindus e muçulmanos, grupos religiosos que criaram suas próprias organizações políticas em prol da independência.

"Mahatma" Gandhi

O grupo que se destacou foi o Partido do Congresso, que reunia os hindus. Contava com um líder extraordinário, o advogado Mohandas Gandhi, chamado de "Mahatma" ou "Grande Alma", nome que ele mesmo rejeitava. Gandhi pregava a resistência à dominação e a luta contra os britânicos por meio da não-violência e da desobediência civil, métodos que já havia empregado contra o apartheid, na África do Sul, onde vivera.

A ação de Gandhi consistia em desobedecer as leis inglesas sem se importar em sofrer as conseqüências do ato, em boicotar os produtos ingleses, em fazer greves de fome para que hindus e muçulmanos deixassem de lado as divergências religiosas e se unissem em favor da causa comum: a independência. Sua figura acabou por conquistar admiradores no mundo todo, inclusive na Inglaterra e o gandhismo inspira até hoje os movimentos pacifistas.

Ainda assim, os adeptos do islamismo na Índia se uniram na Liga Muçulmana, sob o comando de Mohamed Ali Jinnah, decididos a agir por conta própria o que os levava a freqüentes choques com os hindus. Os governantes ingleses se aproveitavam dessas realidades e as insuflavam, como forma de retardar o processo de independência.

 

 

Concessão da Independência

A Segunda Guerra Mundial, porém, enfraqueceu ainda mais a Inglaterra, de modo que ao fim do conflito era-lhe impossível manter o domínio sobre a Índia. Em 15 de agosto de 1947, a independência da Índia foi concedida. O país, porém, ainda enfrentava forte tensão entre os grupos religiosos rivais e se fragmentou em dois, a Índia propriamente dita e o Paquistão, sendo que este estava geograficamente dividido em Oriental e Ocidental, com um enclave indiano entre ambos.

Portanto, a violência religiosa e a disputa por terras prevaleciam. Gandhi que pregava a paz e a união de hindus e muçulmanos foi assassinado em 1948 por um radical hindu. No mesmo ano, a ilha do Ceilão, a sudeste do subcontinente indiano, tornou-se um Estado independente, com o nome de Sri Lanka. Do mesmo modo, o Paquistão oriental formaria um novo país, Bangladesh, em 1971.

Hoje, na República da Índia, os conflitos entre hindus e muçulmanos são menores, embora persistam. Outros dois grupos religiosos também têm força no país, os budistas e os sikhs, uma seita hinduísta com características próprias. As relações com o Paquistão ainda são conflituosas, em especial no que se refere à província indiana da Caxemira, no norte do país.

Fonte: noticias.uol.com.br

Independência da Índia

Gandhi com a sua roca de fiar e sobre seus tecidos grosseiros elaborado com teares manuais os simbpolis da libertação economica do jugo ingles, dispoto a oração motivo de grande força espiritual. Com tais armas dilacerou a Inglaterra o grande colonizador de todos os tempos.

No dia 15 de agosto incide a Independência de um país grandioso. No ano de 1947, a Inglaterra, ainda exausta da 2ª grande guerra mundial, reconhece a autonomia desse país. Ele possuía, então, a segunda maior população mundial humana. O Condutor da luta pela redenção da Índia país a que nos aludimos foi um dos nossos IIrm conhecido como Mahatma Gandhi ou a "Grande Alma". Mohandas Karamchand Gandhi empunhava a arma da tenacidade, descrita como a da "Não Violência". Ele postulava porque se identificava com um dos mais fortes preceitos da constituição de Anderson. "O maçom deve ser pessoa pacífica, submeter-se às leis do país, onde estiver e não deve tomar parte nem se deixar arrastar nos motins ou conspirações deflagrados, contra a paz e a prosperidade do povo, nem se mostrar rebelde a autoridades, porque a guerra, o derramamento de sangue e as perturbações da ordem, têm sido sempre funestos para a Maçonaria".

"O Mahatma" A grande Alma.

Gandhi não agiu isolado. Outros irmãos nossos da Índia dos quais citaremos três também influíram para isso fosse possível. A cultura maçônica dessa gente teve origem nas lojas da própria Inglaterra. Durante todo o desenrolar da primeira metade do século vinte.

Rudyard Kipling nasceu em 1865 em Bombaim, filho de prof inglês da Escola de Belas Artes. Um de seus livros para crianças, The jungle book , foi traduzido para o português por Monteiro Lobato

Rabindranãth Thakur Tagore, Escritor e poeta bengalí, Agraciado com o prêmio Nobel de Literatura. Nasceu em Calcutá - 1861 Em suas poesias oferece ao mundo uma mensagem humanitária e universalista

Srï Jawäharläl Nehru - Líder da Independência e Primeiro Ministro da República.

Fonte: www.samauma.com.br

Independência da Índia

Índia: da colônia à partilha

O movimento pela independência

"Na luta justa que estalou desejamos combater/ Segundo o costume antigo/Que só se lute com palavras, que só se combata com palavras." - Mahãbhãrata, epopéia hindu

O movimento pela independência da Índia no século XX centralizou-se na personalidade de Mohandas Karamchand Gandhi, chamado de Mahatma (o iluminado) por seus seguidores. Gandhi, um advogado de formação britânica, iniciou a mobilização do seu povo em favor da svaraj, a autonomia indiana, depois da 1ª Guerra Mundial, em 1919. Inspirado nas doutrinas orientais e em alguns escritores como Tolstoi e Thoreau, Gandhi optou por lutar contra o colonialismo por meios não violentos (ahimsa), apelando para a desobediência civil, para as greves, jejuns e ações de impacto, como sua marcha contra o imposto do sal realizada em 1930. Gandhi foi o único estadista do nosso século que lutou apenas com palavras e não com balas e pólvora.

A Liga Muçulmana, por sua vez, liderada por M.A. Jinnah, fundada em 1906, aceitou assinar um acordo - o Tratado de Lucknow, de 1916 - com o Partido do Congresso indiano, fundado em 1885, para somar esforços afim de também obter a independência. O tratado pavimentou o caminho para que, em 1920, O Movimento do Califado dos muçulmanos se unisse ao Movimento de não-cooperação de Gandhi. As relações entre muçulmanos e hindus, entretanto, sempre foram de desconfiança. Com a aproximação da independência, ao final da 2ª Guerra Mundial, os muçulmanos passaram a temer cada vez mais pelo seu destino como minoria numa Índia dominada pelos hindus. Cresceu então entre eles a idéia de formarem um país separado, o Paquistão.

A partilha da Índia

"onde o conhecimento é livre/ onde o mundo não partiu-se fragmentado por loucos muro/ onde a límpida corrente da razão não perdeu-se no árido deserto de areia habitado pela morte/ deixai-me despertar, meu Pai, neste lugar, neste céu de liberdade." - R. Tagore - Gitãnjali, 1912.

O governo trabalhista inglês, vitorioso nas eleições de 1945, acreditou ter chegado a hora de encerrar com o período imperial da Grã-Bretanha. Para tanto enviou à Índia Lord Mountbatten como vice-rei para negociar uma transição pacífica do domínio colonial com os representantes do povo indiano. O anúncio de que os ingleses estavam de partida e a excitação da liderança muçulmana fez com que se iniciassem matanças entre os seguidores das fés rivais. As regiões do Noroeste e do Nordeste encheram-se de gente chassinada. Trens inteiros carregavam mortos. Estima-se em mais de um milhão de vítimas na curta mas mortífera guerra religiosa de 1947-8. Isto convenceu os próprios líderes indianos como Nehru, Patel e mesmo Gandhi, considerado o "pai da nação", da necessidade de aceitar a partilha da Índia. Muçulmanos e hindus mostraram ser impossível viver sob a mesma bandeira. Iniciava-se o que Lapierre e Collins chamaram "o maior divórcio da história".

No próprio dia da independência, em 17 de agosto de 1947, deu-se a divisão. Os muçulmanos ficaram com duas regiões para si. Uma no noroeste e outra no nordeste do subcontinente. No vale do Indo formaram o atual Paquistão e no vale do Ganges, próximo a sua embocadura, formou-se o Paquistão Oriental (hoje Bangladesh). Foi uma infelicidade histórica. Justo no momento em que conquistava arduamente a autonomia ocorria a secessão da Índia. Confirmou-se, indiretamente, os antigos temores do poeta e místico Rabidranath Tagore, morto em 1941, de que os "loucos muros internos" poderiam vir também a desgraçar o seu país. Por ter aceitado a partilha, Gandhi foi assassinado em janeiro de 1948 por um nacionalista fanático.

Acordou-se em que 20% dos bens nacionais ficariam com o Paquistão e os 80% restantes para a Índia. Nas bibliotecas dividiram até os volumes da Enciclopédia Britânica. Artilharam até mesmo os instrumentos das bandas marciais. Muçulmanos radicais exigiram que o palácio de Taj Mahal, construído por um rei mongol, fosse levado pedra por pedra para o Paquistão. Brâmanes indianos por seu lado, queriam que se desviasse o rio Ido, que banhava o Paquistão muçulmano, porque os sagrados Vedas surgiram nas suas margens 2.500 anos antes. Foi um acontecimento incomum na história, um divórcio monstro que envolveu o patrimônio de milhares de anos e que pertencia a uma das mais antigas culturas da terra, com 400 milhões de proprietários.

Cachemira: o pomo da discórdia

"Em vão, amigo meu, tratastes de fugi da luta fratricida/nunca poderás, ó valente, subtrair-te da lei da natureza." - Bhagavadgitã, poema épico hindu

As relações da Índia com o Paquistão começaram mal e jamais foram amistosas. Para piorar ainda mais a difícil convivência entre ambos, observa-se que a Índia e o Paquistão (separado originalmente em Ocidental e Oriental) nasceram nos princípios da Guerra Fria. O Paquistão inclinou-se a favor dos EUA enquanto a Índia procurou o apoio da URSS. Explica-se que ambos possuem bombas atômicas - a Índia fazendo seu primeiro lançamento em 1974 e o Paquistão em 1998 em razão deles teriam sido estimulados pelas superpotências. Os EUA e a URSS não desejavam que apenas a China Popular fosse potência nuclear na Ásia e, a própria China Popular, adversária da Índia, estava interessada em que o Paquistão entrasse para o clube atômico. O perigo maior é que elas, as armas nucleares, possam ser utilizadas para resolver uma velha diferença que já se arrasta por mais de 50 anos, a questão da Cachemira.

A Cachemira é uma província do norte da Índia, 90% composta de montanhas, que faz fronteira com a China e com o Paquistão. Em 1947, Hari Singh, o marajá de Cachemira, pediu urgente apoio de tropas indianas para se defender da invasão das tribos Pathans. Em agradecimento, assinou o Instrumento de Acesso à União Indiana concordando com que a região se tornasse no estado indiano de Jammu e Cachemira. Desde então o Paquistão reclama a realização de um plebiscito em razão de 2/3 da população de 7 milhões de habitantes confessar-se muçulmana. Os indianos aceitaram ceder um terço do território ao Paquistão - chamado de Azad Kashmir -, mas não quiseram realizar um plebiscito. Como conseqüência eclodiu uma guerrilha total do Cachemira ou por sua integração futura ao Paquistão. O resultado é que essa disputa levou os países a duas outras guerras, uma em 1965 e outra em 1971, e é principal responsável pela corrida armamentista nuclear do presente.

O motivo da presente tensão entre os dois vizinhos, deve-se a exacerbação dos problemas políticos. No Paquistão elegeu-se o partido da Aliança Democrática Islâmica do 1º Ministro Nawaz Sharif, forte presença de fundamentalistas islâmicos, isto é, de radicais inimigos da conciliação com a Índia. O povo indiano por sua vez, em março de 1998, respondeu ao vizinho elevando ao governo o Partido Janata do 1º Ministro Atal Vajpayee, um nacionalista conservador influenciado pelos fundamentalistas hindus, que declarou-se disposto a resolver a questão do Cachemira de modo "definitivo".

Deste modo, quase num repente, o imenso subcontinente indiano vê-se as portas do início de uma corrida nuclear numa das áreas mais pobres do mundo. A Ásia que parecia acenar para o século XXI com uma era de paz e prosperidade, foi varrida por uma dupla tempestade: a financeira, que devastou os Tigres e Dragões econômicos, desmanchando a curto prazo os sonhos de propriedade, a das explosões atômicas que fez com que se abalasse as perspectivas de paz.

Fonte: educaterra.terra.com.br