LAVANDO AS MÃOS
Madrugada do dia 15-02-06
Aproximo-me de Shyeffer, ele tem o olhar perdido no horizonte.
– Um real pelos seus pensamentos. – Disse eu brincando vendando seus olhos.
Ele sorriu e disse: – Só se o pagamento for a vista. – Ficou sério novamente e continuou. – A cegueira da alma encarnada não permite ver as necessidades reais do Espírito, este encerrado nas limitações do materialismo humano, só vê as projeções físicas tão efêmeras quanto a sua própria passagem pela Terra. – Retirei minhas mãos dos seus olhos, eu ainda tinha na expressão do rosto um resto de ar de riso, que foi se perdendo. Sentei-me diante dele em silêncio, ele continuou. – Quisera o homem libertar-se desta cegueira, seria o primeiro passo para findar as misérias humanas.
– A consciência disso não é o primeiro passo?
– Sim é, mas o homem prefere delegar aos outros e não a si mesmo este caminho. Preferem ser Pilatos fechando assim os olhos aos atos da responsabilidade, a ter que elevar o Cristo dentro de sua consciência.
Pensei nas crianças Cristais e Índigo, e que nós estamos passando para elas a bola da vez para vir à mudança. Suspirei longamente e tive que concordar com Shyeffer, nós preferimos ser Pilatos.