“íNCÚBOS E SÚCUBOS”

02-12-2010 10:40

No livro Libertação, materializado na Terra pela sublime mediunidade de Francisco Cândido Xavier, o autor espiritual – André Luiz – oportuna muitos esclarecimentos.

Elucidando que o parasita ovóide se imanta ao campo psicosférico das pessoas, cujas emanações mentais os atrai, à página 84, descrevendo acontecimento obsessivo, começa dizendo que ligadas a algumas pessoas haviam umas formas esferoidais. Destas, algumas apresentavam algum movimento em torno dos indivíduos, e outras estavam estacionadas. Todas, porém, ligadas às auras de seus hospedeiros, e nelas se vitalizando.

Assim diz o autor: “Semelhavam-se a pequenas esferas ovóides (...) ao jeito de grandes amebas, respirando naquele clima espiritual (...)”

A figura 18A faz essa representação, onde vemos as “manchas ovóides” impregnando a aura de dois personagens. A seguir para falar da

origem dessas metamorfoses que transformam o corpo Astral em forma ovóide, o autor informa que “(...) os ignorantes e os maus, os transviados e os criminosos também perdem, um dia, a forma perispiritual. Pela densidade da mente, saturada de impulsos inferiores, não conseguem elevar-se e gravitam em derredor das paixões absorventes que por muitos anos elegeram em centro de interesses fundamentais.” (Livro Libertação, página 86)

Como comentamos na apostila 9, os casos de monoideísmo levam à fixação mental, prendendo a consciência nas “paixões absorventes”, que foram os seus atos habituais durante a última vida humana. Nesta classe de pessoas estão as que André Luiz enumerou acima.

Em razão da fixação da mente em propósitos inferiores perdem a forma perispiritual humana. Sem a forma humana, de seus corpos Astrais, e para atender suas necessidades de vitalização, como também para satisfazer os apetites grosseiros a que estavam habituados quando na Terra viviam, se imantam às auras dos que ainda permanecem no plano Físico e que, por idênticos prazeres lhes franqueiam o campo psíquico. Na figura 18B damos um singelo exemplo dessa imantação entre uma entidade ovoidizada e um ser encarnado.

Referindo-se a essa imantação o experimentadíssimo Charles W. Leadbeater, em seu livro O Plano Astral, fornece as seguintes informações:

“(...) conservando vivos os grosseiros apetites que os dominaram na Terra, lhes é impossível agora satisfaze-los, exceto, (...) quando conseguem apoderar-se de uma criatura viva, com vícios iguais aos seus, e obceca-la completamente.” [página 54]

“(...) são os íncubos e súcubos dos escritores da idade média, os demônios da embriagues, da gula, da luxúria e da avareza, poderosamente astuciosos, cruéis e maus, cujas vítimas são incitadas por eles, com uma alegria cínica, a cometer os piores crimes.” [página 64]

Nas notas acima Leadbeater é bastante claro e enfático ao demonstrar a existência dessa categoria de indivíduos que habita o Astral inferior. Aliás, na apostila 17, citando dr. Waldo Vieira já havíamos feito descrição das características próprias desses transviados.

Entretanto, é de se notar que Leadbeater usa de duas palavras que possuem expressivo significado no cenário do envolvimento obsessivo. São elas incubo e súcubo, e não poderemos prosseguir em nossa análise sem fazermos algum comentário a respeito de seus significados.

Apenas a título de informação, sem nos alongarmos muito para não desviar nossos estritos do tema central, que é ovóide, citaremos abaixo alguns extratos do artigo “íNCÚBOS E SÚCUBOS”, de autoria de dr. Hernani Guimarães Andrade, publicado no jornal Folha Espírita, edição de Novembro de 1991. Através desses extratos veremos fatos relacionados à questão do assédio obsessivo conforme citado por Leadbeater.

Segundo dr. Hernani, a terminologia incubo e súcubo vem designar espíritos com tendências masculinas e femininas, respectivamente, que se apoderam de humanos para com eles praticarem o ato de união sexual.

Para ilustrar, o autor relata um fato ocorrido em 1973. Uma jovem, após várias tentativas de assédio, acaba sendo subjugada por um incubo que a procurava para com ela satisfazer seus propósitos. Depois de algum tempo de submissão a vários assédios, e somente mais tarde, quando desenvolveu-se como médium é que conseguiu se livrar das pressões do obsessor. Além disso, relata dr. Hernani um dado intrigante, após a transformação da jovem tornando-se dedicada médium, aquela entidade também regenerou-se, tornando-se o laborioso guia espiritual daquela que antes ele perseguia. São os caminhos ocultos da vida. O quê se ocultava por detrás daquela simbiose ?, pode-se perguntar. O autor não informou. São tantos os mistérios, são tantas as variantes nos casos obsessivos que se torna impossível a tentativa de padronizar as causas.

No mesmo artigo dr. Hernani cita outros relatos que, contudo, não temos espaço para aqui compilá-los, visto que nosso intento ao reproduzir os acima constados foi o de demonstrar claramente que a ocorrência interativa de espíritos desencarnados sobre os encarnados é fato corrente e até perceptível à sensação do tato, pois dos casos relatados, as vítimas informaram terem sentido perfeitamente o contato corpo-a-corpo com os obsessores. Com esses exemplos, embora poucos contudo, fica bem caracterizada a questão da fixação mental e sua posterior conseqüência com a ovoidização do corpo Astral de seu praticante.

Também Miramez, espírito, em seu livro por título Francisco de Assis, à página 317, descreve um assédio de súcubos, eram vários, espíritos com tendências femininas, sobre o próprio Francisco de Assis, quando ele ainda aqui na Terra, no início de seu messianato.

E Lancellin, também espírito, no livro Iniciação – Viagem Astral, descreve vários acontecimentos relacionados a tais assédios e encontros.

Dada a inegável importância de que se revestem tais acontecimentos, esse assunto nos leva a profundas reflexões quando, diante dos inúmeros casos de obsessão que se depara no cotidiano da vida encontramos pessoas subjugadas por vontades maldosas e destruidoras. Essas reflexões nos levam a pensar que o ajuste psíquico obtido via educação mediúnica é fator a ser considerado com muita seriedade. Este ajuste, conforme visto na série Mediunidade, dá ao seu portador, o controle das emoções e situações, distinguindo de onde vêm os impulsos psíquicos que o envolvem. Nos exemplos das duas vítimas dos casos citados acima, podemos supor que elas possuíam seus veículos Astrais e Mentais em desalinho com o corpo Físico, o que facilitava o assédio dos tais obsessores. Esse desalinho viria de condutas desregradas em vidas anteriores que, na vida atual, em forma de tendências, teimava em emergir do porão de suas consciências, propiciando, assim, atrair os íncubos.

Tendo aquelas pessoas feito seus ajustamentos psíquicos, mediúnicos, o processo de perseguição cessou. Há, portanto, nisso tudo uma lógica que não pode ser desprezada; a de que o educandário mediúnico deve ser feito dentro dor princípios da ética cósmica.

Não admira, pois, que certos casos de obsessão se tornem insolúveis na vida atual, já que o principal implicado, o humano, não se interessa, perseverantemente, por corrigir os rumos da sua vida.

Apesar de todas as informações constantes acima, não se deve tomar, afoitamente, como provocações de íncubos ou súcubos casos obsessivos que sejam dados a conhecer. Como já referido em outras apostilas, são infinitas as possibilidades que possam levar uma pessoa ao estado clássico de obsediado. Também não se pode esquecer que determinados comportamentos não aceitos pela sociedade nada possuem de fundo obsessivo. Podem advir de desarranjos neurológicos em suas múltiplas facetas.

Bem, embora o assunto seja intrigante e fascinante, não iremos prosseguir nele, pois já nos distanciamos bastante do tema desta apostila. Retornemos a André Luiz e ao seu livro Libertação, agora em um trecho da página 115 onde ele descreve outra situação inclusa no mesmo processo parasitário: “A vampirização era incessante. As energias usuais do corpo pareciam transportadas às formas ovóides, que se alimentavam delas, automaticamente, num movimento indefinível de sucção.”

O trecho acima, ilustrado pela figura 18C, informa, precisamente, sobre a questão da imantação e absorção da vitalidade do humano pelo ovóide. Todavia, há uma razão para que esse estado simbiótico se estabeleça, e esta se origina da igualdade dos desejos e vontades.

Para acrescentar mais esclarecimentos citamos a seguir o mesmo André Luiz, desta feita no seu outro livro por título Evolução em Dois Mundos, página 117. E´ assim que ele descreve as entidades que se imantam às auras de encarnados:

“(...) assemelhando-se a ovóides, vinculados às próprias vítimas que, de modo geral, lhes aceitam, mecanicamente, a influenciação, à face dos pensamentos de remorso ou arrependimento tardio, ódio voraz ou egoísmo exigente que alimentam no próprio cérebro, através de ondas mentais incessantes.”

Esse trecho confirma que a simbiose se efetiva a partir de desejos e vontades consagradas em pensamentos egoísticos, em sentimentos vingativos e desregramentos luxuriosos, que, muitas vezes, se despertaram no chamado “vítima” muito antes das primeiras aproximações dos chamados “algozes”.

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Como vemos, se todo e qualquer processo obsessivo merece atenção, cuidados e muito respeito dentro das linhas da ética cósmica, o caso particular onde haja incidência de parasitas ovóides exige providências mais acuradas. E para que fique bem claro a gravidade de situações como as citadas, vamos reproduzir duas perguntas e suas respostas que extraímos da segunda parte do livro Evolução em Dois Mundos, que são:

“- Existem ‘parasitas ovóides’ vampirizando desencarnados ?

- Sim, nos processos degradantes da obsessão vindicativa, nos círculos inferiores da Terra, são comuns semelhantes quadros, sempre dolorosos e comoventes pela ignorância e paixão que os provocam.” [página 215]

Com essa resposta André Luiz não só confirma que existem parasitas ovóides como também é comum vê-los como participantes nos casos de obsessões mais violentas.

“- Como compreendermos a situação dos centos vitais no caso dos ovóides ?

- Entendereis facilmente a posição dos centros vitais do corpo espiritual, restritos na (ovoidização) – apesar de não terdes elementos terminológicos que a exprimam -, pensando na semente minúscula que encerra dentro dela os princípios organogênicos da árvore em que se converterá de futuro.” [página 175]

Para o caso específico do parasita ovóide, seus centros vitais, isto é, os chacras, de seu corpo Astral morfologicamente modificado, permanecem como sementes que aguardam a devida oportunidade de plantio, quando então desabrocharão para outra etapa de atividade. Esse plantio se refere ao visto na apostila 9, que, na generalidade das reencarnações são das mais dolorosas e impeditivas de ações no âmbito da sociedade. Consciências encarceradas em corpos deficientes. Desta forma, até que uma nova encarnação não aconteça, os chacras permanecem inativos. E´ isso que faz desses indivíduos seres parasitários, pois só pela ação parasitária conseguem assimilar a vitalidade que necessitam. Os chacras, que são de comum os vitalizadores do corpo, nos ovóides estão inanimados.

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Ainda na apostila 9, no tópico de Terapia do Ovóide, foi descrito o difícil e doloroso caminho de recuperação. Entretanto, aqueles que nele ingressam não terão outra alternativa, senão segui-lo. Só o tempo, depois que laboriosa e dolorosamente tecerem com as próprias mãos novas roupagem de vida, permitirá germinar esperanças de renovação.

Como ensina um dístico do ocultismo: Semear é livre, a colheita, porém, é obrigatória.


Bibliografia:

André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Libertação – págs. 84. 86, 89,115, 125, 138 – Federação Espírita Brasileira
André Luiz/Francisco Cândido Xavier – Evolução em Dois Mundos – págs. 90, 117, 126, 175, 215 - Federação Espírita Brasileira
Ângelo Inácio/Robson Pinheiro – Legião – Casa dos Espíritos Editora
Ângelo Inácio/Robson Pinheiro – Senhores da Escuridão – Casa dos Espíritos Editora

Arthur E. Powell – O Corpo Mental – páginas 83 e 254 – Editora Pensamento
Áureo/ Hernani T. Sant’Anna – Universo e Vida – páginas 110 – Federação Espírita Brasileira
Bezerra de Menezes – Loucura sob Novo Prisma – Federação Espírita do Estado de São Paulo
Bob Toben e Fred Allan Wolf – Espaço-Tempo e Além – Editora Cultrix
Edith Fiore – Possessão Espiritual – Editora Pensamento
Elieser C. Mendes – Psicotranse – Editora Pensamento
Hermínio Correa de Miranda – A Memória e o Tempo – Publicações Lachâtre
Hermínio Correa de Miranda – Alquimia da Mente – Publicações Lachâtre
Hernani Guimarães Andrade – Íncubos e Súcubos – artigo no jornal folha Espírita – Edição de Novembro de 1991.
Itzhak Bentov – À Espreita do Pêndulo Cósmico – Editora Cultrix
Ken Wilber – O Espectro da Consciência – Editora Cultrix
Larry Dossey – Encontro com a Alma – Editora Cultrix
Lancellin/João Nunes Maia – Iniciação – Viagem Astral – Editora Espírita Cristã Fonte Viva
Manoel Ph. Miranda/Divaldo P. Franco – Loucura e Obsessão – Federação Espírita Brasileira
Manoel Ph. Miranda/Divaldo P. Franco – Painéis da Obsessão – Livraria Espírita Alvorada Ltda
Manoel Ph. Miranda/Divaldo P. Franco – Nas Fronteiras da Loucura – Livraria Espírita Alvorada Ltda
Miramez/João Nunez Maia – Horizontes da Mente – págs. 14, 22, 23, 28, 31, 45 – Editora Espírita Cristã Fonte Viva.
Miramez/João Nunez Maia – Segurança Mediúnica – Editora Espírita Cristã Fonte Viva.
Miramez/João Nunez Maia – Médiuns – Editora Espírita Cristã Fonte Viva.
Miramez/João Nunez Maia – Francisco de Assis - Editora Espírita Cristã Fonte Viva.
Yvonne A. Pereira – Memórias de Um Suicida – Federação Espírita Brasileira
Waldo Vieira – Projeciologia – capítulos 319 e 320 – Edição do autor.
Zalmino Zimmermann – Perispírito – Editora Allan Kardec