O MAR & A VELA

21-11-2010 18:48

 

 

            Kamael leva-me até o mar.

– O mar é como as impressões exteriores, – disse ele –  em tormenta eclode pensamentos desenfreados, emoções nocivas, energia de ódio, desejos indignos e abomináveis. Quando em calmaria vêm à tona emoções sublimes, orações inefáveis e sentimento de amor incondicional. O homem não deve ter seu barco a mercê das condições alheias a sua vontade, ele deve aprender a disciplinar a sua mente para que não fique sujeito aos temporais exteriores.

            Para disciplinar a mente usará uma vela. Sentará diante dela e observará  a sua chama, nenhum pensamento deve tirar a sua concentração da flama e caso aconteça, volte e concentre-se nela imediatamente. Esta observação aprenderá a dominar sua mente e saberá discernir o que vem dela ou não, e ciente tomará as rédeas caso haja interferência exterior.

– Por quanto tempo devo fazer essa observação? – Perguntei.

– Se possível todos os dias por trinta minutos.

– Mas caso não tiver disponível todo esse tempo?

– O tempo que lhe deu é mínimo, mas caso não possa faça a metade dele.

            Aquele que não conquistar este domínio em tempo hábil sofrerá mais com as vibrações exteriores que estão cada vez mais pesadas e nefastas. Não há como manter um barco no rumo e estável perante um maremoto.  É  necessário ter em mãos todos os recursos  psíquicos e espirituais para ter controle do estado emocional e buscar com segurança o porto seguro.

– Do que está falando Kamael?

– Da tempestade iminente, e dos barcos sem rumo sob um céu sem estrela.

 A chama, observe a chama, se disciplinar a sua mente terá em qualquer situação um ponto de referencia!